terça-feira, 29 de março de 2011

Jane Austen e a feminilidade




Depois de muito tempo sem aparecer, por aqui, consegui um tempo para sentar e escrever o que havia prometido. A maioria dos leitores escolheu “Orgulho e Preconceito”. Sendo assim, tratarei um pouco sobre a obra nesse curto espaço de um blog.

Jane Austen sempre teve um jeito especial de escrever. Mulher crescida em uma sociedade machista (acredito que isso ainda não tenha mudado), decidiu mudar a visão das pessoas, da sua época, e mostrar que a mulher, também, tem o seu potencial. Enquanto seus pais defendiam a honra da casa, a escritora estava tentando manter um relacionamento escondido. Desde sempre, via, em sua casa, as rédeas serem tomadas pela sua mãe que não deixava que as pessoas da redondeza a impusessem nenhuma forma de arreio.

As personagens de “Orgulho e Preconceito” (obra que vamos tratar aqui e que vamos esquecer das análises comuns sobre o nome e artimanhas da época) trazem essa margem de personalidade, pois, como eu já havia dito, todos os autores constroem os seus personagens através das suas perspectivas; ou seja, todos são um só... São o autor em sua essência. Então, as mulheres da obra não traduzem a influência masculina como razão de toda a sua órbita; Mr. Darcy que o diga, pois é o homem que tem que lutar contra os seus preconceitos e aceitar a verdadeira face de uma mulher que não tem medo de lutar e falar o que pensa.

Pode parecer chato, clichê; mas devemos nos lembrar de que a obra foi escrita no século XIX (publicado por volta de 1813), o que a torna ainda mais peculiar. Jane pôde inspirar a muitas outras mulheres que tinham o que dizer, mas se viam presas às cordas invisíveis que rodeavam os seus pescoços. Homens que as espancavam, ou as insultavam sexualmente; ou, até mesmo, havia aqueles que as ignoravam intelectualmente (em um todo).

Jane Austen deu o seu grito de desespero ao escrever a obra. Elizabeth Bennet é a marca mais ávida da feminilidade tomando conta da sociedade. Não calar-se diante de uma duquesa era algo irremediável, em tempos tais, porém, a personagem “heróica” não se deixa abalar pela cara feia da madame e opõe-se às suas idéias e julga-as de uma maneira inteligente e fantástica.

A liberdade pode ser a característica principal do romance. Jane, como uma mulher, conseguiu o avanço constante no caminho para a libertação das suas companheiras de gênero. A autora mostrou que as mulheres tem força e que podem tomar a frente de tudo o que desejam. Não é a toa que ela criou uma mulher muito forte, baseada na sua própria mãe, para assumir o papel da Sra. Bennet. Quer ver mais de perto essa perspectiva? Então, acompanhe, o mais próximo possível, o relacionamento entre os pais das garotas.

As mulheres devem agradecer muito às palavras escritas por esta divina autora que, além da liberdade, pôde gerar outras obras, não escritas por ela (mas inspiradas) que resultaram no aumento da proporção da caminhada que a mulher levou rumo ao ápice da sociedade. Hoje, talvez, podemos ver que elas comandam a situação.