segunda-feira, 19 de março de 2012

Os Diversos "Brasis"


Sempre ouvi falar na discussão sobre a existência de vários “Brasis” – mas o problema é que só se observava a divergência linguística. Sempre denotaram que as diversas regiões, desse imenso país chamado Brasil, eram, completamente, diferentes em cultura, identidade, fatores linguísticos e outros... O que eu nunca entendi era como a língua tinha o poder de criar diversos Brasis dentro de apenas um.

Na verdade, após observar de perto toda a movimentação comportamental do brasileiro, percebi que essas variantes lingüísticas são, apenas, a máscara utilizada por um país corrupto para esconder a verdadeira problemática dessa separação ideológica. Acredito na existência de diversos Brasis dentro mesmo da própria casa de um cidadão brasileiro. Entendo, desde que comecei a perceber a importância de pensar, que a conquista só chega com uma luta, feita por inúmeras pessoas, em prol de um objetivo em comum. O grande problema está nesse quesito... No Brasil, cada cidadão luta por uma causa diferente.

Não estamos mais juntos, não somos mais irmãos... Desde a entrada do PT, viramos, apenas, companheiros. Não se fala mais sobre a mesma coisa no mesmo grupo. Não se transparece mais a junção de pessoas pelo ideal... Agora, juntam-se as pessoas para vomitar os seus anseios, que são, completamente, diferentes, mas ninguém ouve ninguém. Cada um, com o seu problema pessoal, esquece do conjunto e passa a pensar em propósitos e meios para finalizar a sua única dor. A sociedade brasileira deixou de acreditar no valor geral e passou a pensar que, se cada um resolver os seus próprios problemas, não falaremos mais nisso.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Partido das Causas Justas


Estou cansado dessa parafernália chamada Brasil.

Não consigo mais suportar olhar em volta neste país; perceber que as pessoas estão andando erradas e que não há ninguém pensando, sequer, em uma mudança. Sinto-me jogando sozinho nesse videogame chamado vida. Tente, por um só momento, parar, em um ponto de ônibus, no meio da sua cidade, e encarar a realidade ao seu redor. Verá pessoas xingando, se agredindo, buzinando, falando alto, dançando e articulando de uma forma muito parecida com as danças de acasalamentos animalescas. Agora, retire o som de tudo, entre em sua mente e, com esta visão, tente entender o que está acontecendo... No meu caso, percebi que estou vivendo em um planeta ao qual não pertenço. Vivo em uma era na qual as pessoas não acreditam que vale mais a pena lutar.

Entregaram-se. Venderam-se. Desistiram. Esse é o meu pensamento a respeito dos cidadãos brasileiros. Entregaram a bandeira branca... Cansaram-se de apanhar e de ter os seus direitos. Hoje, não há mais como não se sentir ofendido com a política nacional... Temos um governador forasteiro, um prefeito apático e uma presidente que, mais parecida com uma jogadora de RPG, muda, a todo o tempo, os seus personagens nesse jogo. Não consigo acreditar que vamos nos sentar e esperar a venda total da nossa parte desta ilha. Ainda havia um dito, eu me recordo muito bem, que estimulava o povo a gritar: “Sou brasileiro e não desisto nunca” – Até os mais fieis, hoje, vestem a camisa vermelha, com uma estrela no peito, e dizem estar tudo bem.

Cansei de ficar sentado contando estrelas e analisando o barulho dos raios, enquanto os pseudo-donos do Brasil tomam as rédeas da situação. Se é para haver um dono, que seja alguém que faça muito pelo progresso... Que idealize as melhores formas de fazer o povo pensar, de fazer o povo acordar, de fazer o povo acreditar novamente na palavra Brasil. Não desejo o nacionalismo, não desejo o ufanismo, não desejo o fanatismo (peças fundamentais para a destruição de uma vida saudável); suplico, simplesmente, que haja um amor verdadeiro pelo que o nosso país nos oferece.

Então, vamos fazer um trato inicial? Vamos começar respeitando os requisitos básicos para uma sociedade encantadora?

1. Respeite o espaço do outro – Se você não conhece alguém, não se passe por íntimo para agradar a dita “hospitalidade brasileira”;

2. Não suje a sua cidade... Ao contrário do que pensa, não está dando empregos aos funcionários das empresas de limpeza e saneamento;

3. Não grite nas ruas (a menos que seja por uma revolução válida); não empurre, não brigue, não passe por cima (a menos que queira reivindicar os seus valores);

4. Não aceite esmolas (a menos que seja, simplesmente, uma medida emergencial)... O dinheiro lhe dado aqui, é uma cobrança a mais em impostos amanhã.

5. Não separe o país por partidos políticos (a menos que eles estejam brigando pela melhora e progresso da cidadania);

6. Não seja corrupto. Não aceita “gatos”, “dinheiro falso”, “trabalhos sujos”... Pague os seus impostos (e aprenda a cobrar a sua utilização correta por parte dos governantes);

7. Não aceite as promessas não cumpridas dos candidatos que estão no poder. Mesmo que não tenha votado em tal, lute, pois o seu irmão votou, e este candidato está ali pra representar (como um empregado do seu país) a evolução nacional.

Aprenda a dizer CHEGA/BASTA para aqueles que estão utilizando da ignorância do povo pra interesse próprio. Vamos às ruas... Chegou a hora de trazer de volta a gana de mudança e revolução que tínhamos há anos.

Preciso da sua ajuda... Vamos conquistar o nosso espaço e o respeito mútuo no país.

Participemos do Partido das Causas Justas.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Análise da obra “Noites Brancas” de Fiódor Dostoiévski


Como havia prometido, escrevo para vocês sobre a obra “Noites Brancas” do escritor russo Fiódor Dostoiévski. Para começar, é sempre bom expor que a leitura das obras deste autor, nem sempre, trazem aquela alegria que o leitor espera ter ao finalizar uma boa história. Dostoiévski (me darei o direito de chamá-lo, simplesmente, pelo sobrenome) não se importava com a felicidade, ele buscava a sinceridade das suas palavras para que traduzissem o que sentia em cada momento da sua vida. O autor procurava escrever enquanto sentia; após os desabafos, calava-se e mantinha-se em sua luta política e ideológica.

Na obra “Noites Brancas”, o leitor poderá perceber uma comédia de humor duvidoso; não vai rir com as “piadas” encontradas no texto, mas perceberá que estará fazendo uma autocrítica por causa da sua semelhança com o personagem alvo. Enquanto o personagem principal (o focado em seus sonhos) visualiza uma São Petersburgo solitária, lisérgica e esquizofrênica, encontra uma moça (de nome Nástienhka) e começa a mostrar a sua mente para ela. De início, possivelmente, o leitor pensará em desistir... Não há nada de belo na mente do pobre rapaz; mas, se conseguir persistir, conhecerá um lado do ser humano que nenhum outro pensador conseguiu mostrar.

Todos nós temos, dentro das nossas vontades, um sonho suprimido. No caso dos personagens em questão, sonhavam com a liberdade que os aguardava de uma forma fantasiosa. Pensam que são as chaves para a salvação da vida petrificada que levam. Nas noites brancas (um fenômeno, na Rússia, que faz das noites tão claras quanto os dias), os jovens relembram a mediocridade das suas histórias, com simbolismos valiosíssimos, e se jogam em uma narração pesada e cheia de figuras de linguagem. A pobre moça vive “costurada” ao vestido da sua avó; enquanto o pobre rapaz percebe que o seu grande amor está jurando a sua eternidade a um homem que lhe pareceu não ser digno do olhar carismático e choroso dela.

Como em livros já conhecidos do autor (“Crime e Castigo”; “Irmãos Karamazov”; “O Idiota”), o final surpreende com uma desmoralização do que se pode esperar da felicidade. Se estão acostumados a contos de fadas, lerão, em primeira mão, o que considero um romance de verdade. Chega de bobagens e lágrimas por homens que só valem a pena por seus músculos e belezas ilíadas; Dostoiévski mostra que chegou a hora de se aprimorar ao que mais importa... A mente, a lembrança, a experiência e a semelhança entre os dois amantes.

Ao ler “Noites Brancas”, duvido que não se sinta incomodado ao se encontrar em partes fundamentais da obra. Desafio o leitor a continuar gostando das mesmas obras fúteis que tem chegado ao espaço literário. O autor e idealizador russo contempla-nos com uma obra-espelho... Até onde me conheço, tenho muito do casal envolvido pelas noites brancas.