terça-feira, 31 de maio de 2011

O Caso Vianco



Eu tenho que começar já dizendo o que penso de verdade. Particularmente, gosto muito mais quando o André escreve nessa temática; não que não goste das suas histórias de vampiro, adoro o tempo a que sou remetido ao lê-las, mas é uma verdade constante em meus pensamentos que ele tem o dom de me fazer ver coisas. Tudo começou quando li “A Casa” e comecei a enxergar vultos, em todas as partes, que pareciam me querer levar a um encontro às escuras. Sobrevivi, porém, logo depois, me encontrei com “Sementes no Gelo” e voltei a sentir calafrios ao me enxergar naquela história e naqueles ambientes febris que, constantemente, criavam espíritos de crianças que não queriam um “porque sim” como explicação.

Quando, inocentemente, pensei que havia me livrado dessas companhias, eis que vejo, em uma livraria, um novo livro temático do mesmo autor... Desta vez, a capa me convenceu antes mesmo da sinopse. Aí, cheguei em casa com “O Caminho do Poço das Lágrimas” e me vi no mesmo buraco que a Alice se meteu até chegar ao País das Maravilhas... Comparo sim... Comparo e posso dizer que estou certíssimo ao fazê-lo, pois não havia nada tão fantasioso quanto após Monteiro Lobato.

Agora, por último, terminei de ler o livro “O Caso Laura” e fiquei ainda mais extasiado com a forma como o André determina o caminhar dos seus enredos. O autor faz com que o leitor conheça, no ínfimo, cada personagem criado. Parece que você está lendo um diário, e você pode chegar a pensar que tudo aquilo está acontecendo a alguém de verdade. Laura, Miguel, Marcel, Gabriela e Alan são personagens que, dificilmente, se afastarão de você novamente. O suspense toma conta dos personagens e a história começa a se construir de uma forma que o leitor não conseguirá, NUNCA, saber o que está se passando até que se chegue ao final... Não saberá nunca qual é o Caso Laura até ir à última página do livro.

Eu fiquei abismado com a forma, novamente, com que o Vianco fez com que os seus personagens se conhecessem. Senti-me no mesmo universo literário de “A Casa”, pois, como leitor assíduo, pude perceber umas verossimilhanças com pessoas que vivem em meu círculo social. É incrível como o livro te faz sentir uma dependência. Os capítulos curtos fazem com que você entenda que o que vale é a narrativa e não a imensidão. “O Caso Laura” o faz pressentir um medo tremendo da morte. Podemos perceber, então, que o autor tem um amor muito grande à vida e que tenta disseminar a sua idéia para todos.

Não vou negar que cheguei a comparar a obra com os livros de alguns autores de fora do mundo da fantasia... Comparei-a com alguns livros da grande autora Zibia Gasparetto e com os livros do Conde Rochester; não por achar que há, ali, um teor de ensinamentos espíritas, mas por saber que a lição que me passou foi tão bem aceita pelo meu eu quanto os aprendizados obtidos através de livros voltados a tais aspectos.

Nada mais será comentado para que não seja divulgada a parte final da história. Esse texto poderá trazer a curiosidade daqueles que ainda não leram a obra, como pode trazer a concordância (ou discordância) daqueles que já tiveram o prazer de ter lido. Espero que os brasileiros aprendam a dar valor a sua literatura e que saibam que existem fantasias muito maravilhosas dentro das nossas linhas portuguesas de linguagens literárias.

Leiam “O Caso Laura” e entendam sobre o que se trata essa devoção à leitura do escritor paulistano André Vianco.

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