Muitas pessoas já devem ter se perguntado de onde vem o medo. Daí, muitos cientistas e criadores de fé divulgam teorias que tentam explicar, exatamente, como o nosso corpo funciona, mas ninguém pára pra perceber o que, realmente, causa este medo. Os cientistas acusam a mente, os pregadores cristãos ocupam o espaço vazio deixado pelos cientistas e abatem a causa para os pecados. Estão certos, errados? Não dá pra saber ao certo.
Mas podemos nos perguntar de uma forma diferente. Ao invés de querermos saber de onde vem o medo, podemos saber, por exemplo, por que vem este medo. Será que é muito mais importante saber a sua procedência que a sua causa? Quantas vezes já sentimos medo de coisas que, sequer, sabemos se existem? Esta é a questão, onde está o medo e por que ele nos ataca quando menos esperamos?
O medo provém de uma ordem muito maior do que qualquer explicação humanístico-científica poderia decodificar. O medo é criado por nós mesmos, sentimos medo porque queremos sentir. Sentimo-lo porque só assim sabemos que estamos vivos. A adrenalina é a evidência de que o nosso corpo ainda trabalha da maneira como deve trabalhar.
Quando se é recém-nascido e te colocam a uma altura de mais de trinta metros, você não sente medo, pois não sabe qual será a conseqüência se, por uma brincadeira sem graça do destino, você vier a cair. Porém, quando crescemos e as pessoas nos dizem “Não toque na tomada pois você tomará um choque e nunca mais verá os seus pais...” percebemos que o medo foi implantado e, agora, sabemos, mais do que outra coisa, como é a sensação magnífica pela qual passamos.
Não sentimos medo de tomar choque, sentimos medo, mesmo, de nunca mais vermos as pessoas a quem mais amamos. Então, tudo se resume à perda. O medo não existiria se não soubéssemos que algo de valor está em jogo. Seja por isso a vida, a família, os amigos, o poder de andar, de falar, de se tornar bonito ou não. Então, torna-se claro que não temos medo... Temos valores que não podem ser quebrados de forma alguma.
Pense: O que te causa mais medo... Saber que não poderá mais criar mundos imaginários onde viverá sempre tremendo, ou que não terá mais nada a perder e assim nunca mais sentirá, novamente, arrepios?